Páginas

sexta-feira, 22 de abril de 2016

Precisamos falar sobre... - SAO e a virtualização das experiências.

Bom, eu ainda estou preparando o que seria a minha primeira idéia referente a esse tipo de texto, da coluna “Precisamos falar sobre...”, mas enquanto aquele texto ainda não vem – e pelo jeito, vai demorar pra vir, tamanha quantidade de material que ele tem para ser estudado – pensei num assunto relativamente atual, que era discutido (ou apresentado) pelo meu professor na faculdade de administração e está cada vez mais presente em nossas vidas que é a intangibilidade.  

Primeiro, o que é intangibilidade? Pra resumir, é aquele bem/serviço que você não define o valor dele por objetos físicos. Basicamente, experiências. Aquela viagem, aquele show, o pagamento via internet, ou até cartão de crédito, embora tenham “objetos físicos”, como o ingresso ou voucher, mas a experiência ou a facilidade e comodidade daquele serviço possui seu valor na experiência. Tornando mais fácil, pagar um ingresso para ver sua banda preferida, você não está pagando pelo ingresso, mas pela experiência que aquelas pessoas no palco irão te proporcionar. 

Quer dizer, seja no âmbito de produtos e serviços, ou do entretenimento, cada vez mais, pessoas consomem esse tipo “novo mercado” fazendo com que cada vez menos, as pessoas saem do conforto e da “segurança do lar” para realizarem atividades no dia-a-dia. 

Vamos fazer um exercício de salto temporal e imaginação, tentando visualizar o futuro de um modo micro, englobando apenas os leitores – e aí, de qualquer tipo de literatura, incluindo “50 tons de cinza”: 



(Parando essa viagem caleidoscópica apenas para avisar que isso é apenas um exercício com cara de chute daquela prova de física que você não sabe nada, portanto, se houver comentários, não me cobrem pelos chutes dados) 

Imagine você, leitor de Harry Potter poder visitar Hogwarts e ter aulas com Harry, Rony e Hermione. Ou ainda, ajudar Frodo e Sam a realizar a demanda do Anel por uma perspectiva diferente. Poder voar em um dos Dragões de Daenerys (e seus 650 nomes. Bem parecida com D. Pedro)Imaginou? Alguns dirão que todo leitor faz isso – inclusive nós mesmos, aqui – mas a proposta de futuro seria em um mundo virtual, você, deitado em seu quarto, utilizando um aparelho parecido com uma viseira de jogador de vôlei de praia, podendo interagir quase fisicamente com outros personagens, mudar a dinâmica do mundo escolhido. Conheço pessoas que adorariam matar a Sansa Stark de um modo cruel, ou impedir a morre de Ned Stark, fazer com que a Hermione e o Rony ficassem juntos antes do sétimo livro, ou acabar com todos os vampiros de Crepúsculo de uma maneira nada agradável. 

Pois bem. Existem tecnologias que, embora não simulem os exemplos citados e esperados acima, já simulam alguns tipos de ambientes virtuais em que a pessoa que entra naquele mundo possui “habilidades” que, fora daquele ambiente, aquela pessoa, definitivamente não seria capaz daquilo. Ou seja, a intangibilidade descrita lá em cima começa a ganhar moldes para que o entretenimento, principalmente, deixe, necessariamente de estar ao alcance de nossos dedos/olhos, enfim, para que alcance todo o nosso corpo. O Óculus Rift é um exemplo (esse post não é sobre o Óculus Rift, mas poderia ser).

Isso, senhoras e senhores, é tecnologia - Oculus Rift
  
Esse exercício de imaginação aqui em cima é emulado de uma maneira bem realista através do conceito do anime SAO (Sword Art Online). Esse anime conta a história de um jogo onde 10.000 pessoas são transportadas para um mundo medieval, onde o que conta, basicamente, é a sua habilidade com a espada. Esse mundo, entretanto, possui uma problemática interessante. O administrador do jogo, fez com que o aparato necessário para entrar naquele mundo não pudesse ser desligado. Caso uma pessoa no mundo real, tentasse desligar o aparelho, o usuário morria. E as mortes que ocorrem com frequência nos mundos de MMORPG (Massive Multiplayer Online RPG – basicamente é um jogo em que você interage com várias pessoas em um mundo gigante, com um personagem. Um exemplo disso é World of Warcraft, com mais de 5,5 milhões de players), em vez de você apenas morrer e jogar de novo a partir de um checkpoint – atitude normal em todos os games – o personagem no jogo e na “vida real” morria também. O jogo só acabava quando os chefes de cada ambiente fossem derrotados – haviam 100 ambientes. 

No anime em questão, o primeiro momento dessa descoberta é um choque para a maioria dos jogadores. Depois, num outro momento, alguns jogadores se organizam em grupos, como numa sociedade, para enfrentar todos os 100 chefes do jogo. Já uma outra parte começa a realmente viver no mundo proposto, afim de preservar sua vida. 

Ignorando nesse texto, o aspecto homicida e psicopata do anime e considerando apenas o aspecto de sociedade desenvolvido em SAO, consigo perceber algumas coisas: 

  1. As pessoas que vivem nesse mundo virtual desenvolvem novas personalidades no jogo. Gosto de pensar que elas se desprendem de preconceitos e certas inseguranças para se tornar quem elas são de verdade, tanto para o lado bom, quanto para o lado ruim; 
  1. Existem pesquisas que dizem que, em situações extremas, as pessoas podem se adaptar ficando mais firmes, mas também – e principalmente – possuem o aspecto de se aproximarem com mais facilidade, pela empatia dos sentimentos daquela situação extenuante; 
  1. As pessoas que viveram nesse mundo durante 2 anos, acabavam tendo uma percepção distorcida da realidade. Durante o próprio desenho há esse questionamento. E a resposta do personagem principal para a pergunta “como eu sei a diferença entre o virtual e o real?” é: simplesmente pela quantidade de dados que podemos processar. (Confesso que achei isso genial). 

Trazendo essa discussão de SAO para a realidade tecnológica atual, há de se convir que a função desse tipo de tecnologia, aparentemente é de aproximar pessoas distantes numa “única” paixão, podendo interagir e ter mais contato com a experiência e o entretenimento, pode criar um choque de realidade em nosso cérebro, fazendo com que haja uma certa confusão entre o virtual e o real. Talvez, eu, com 29 anos, não pegue e nem usufrua dessa tecnologia, mas, fica um aviso para a geração depois de mim, nenhuma tecnologia substitui o mundo real – essa é a moral de SAO e de uma outra obra que envolve esse assunto numa maneira subjetiva – Jogador número 1 (Peter Clines) – embora eu torça, do fundo da minha alma para que essa tecnologia seja popular antes de eu ficar velho demais.

Concluindo... 

...esse papo maluco de tecnologia, que passou por psicologia, envolveu anime e literatura e passou por astrologia também (Sibila Trelawney ficaria orgulhosa). 

Provavelmente, daqui uma ou duas décadas, caso a nossa internet não retorne ao que era na década de 90, as experiências, sejam elas literárias e dos vídeo-games podem se tornar infinitamente mais imersivas do que ler o livro – você compraria seu cartucho (mini-disco), inseriria no Óculus Rift ou no AmuSphere (esse não existe ainda), deitaria na sua cama e, voilà. Iria assistir a uma aula de Herbologia em Hogwarts, ou ir para Valfenda, visitar os elfos para treinar música e arquearia. Entretanto, essa imersão toda, prevista no anime mencionado e em outros diversos livros, pode acabar tornando a realidade como um segundo plano de vida e muitos – assim como hoje em dia – acham melhor viver no que o mundo virtual proporciona hoje em dia, mas as pessoas se esquecem dos desafios e da "maturidade" que, por enquanto, vem apenas com o mundo real.

Queria terminar esse post dando uma dica musical. Todas as músicas do anime Sword Art Online. Todas as musicas são japonesas, mas em qualquer site de música é possível conseguir as traduções, além delas possuírem um ritmo “prafrentex”, que anima qualquer alma morta, são lindas como letra e melodia. Um trecho dessa música que está em inglês e diz muito sobre algumas coisas: “I wanna always be with you. I wanna hold you tight right now. I swear, I whip off your tears. I’ll give you everthing I have” (Eu quero estar sempre com você. Quero te segurar bem forte agora. Eu juro, vou limpar todas as suas lágrimas. Eu te darei tudo o que eu tiver). Inclusive, o vídeo da música está aqui embaixo. 4 minutos de pura "alegria".

Inclusive, pros curiosos, o anime Sword Art Online está disponível na Netflix, com duas temporadas divididas em 25 episódios cada.



Gostou do post? Acha que eu usei drogas ilícitas tentando buscar a paz e a loucura de Jah? (Estou completamente limpo kkkk). Acha que as minhas previsões são erradas? Pisei muito na bola com os conceitos? (Tenho a impressão que sim, mas sou só um aprendiz). Comenta aí, compartilha – senão esse texto maluco, os dos outros colunistas, e curte a página do Amorariandos no Facebook, no Twitter e no Instagram. 

Até a próxima, minha gente. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário